sábado, 31 de agosto de 2013

1924 Hispano Suiza H6B "Tulipwood"


Fiquei muito curioso quando descobri neste site uma recriação do automóvel que pertenceu a André Dubbonet, da marca Franco-Espanhola Hispano Suiza. Primeiramente, fiquei atraído por se tratar de um automóvel francês inteiramente feito de madeira, o que me abriu os olhos pela tremenda curiosidade da arquitetura dele ser semelhante a de um barco. Segundo motivo foi porque eu vi no anúncio do vendedor a seguinte passagem: "The chassis for the current evolution of the car was a town car that I bought while living in Brazil. It was there that I cut the chassis to the size of the original and made the drive train work. Then when I moved to Vancouver, I took the car with me...". Em uma tradução: "O chassis para a atual evolução do carro era de um Town Car que eu comprei enquanto vivia no BRASIL. Foi lá que eu cortei o chassis ao tamanho original e fiz o motor funcionar. Então quando eu me mudei para Vancouver, eu levei o carro comigo...". Portanto, meus senhores, este carro das fotos tem um chassis de um Hispano Suiza H6B Town Car "brasileiro"! De conhecimento, temos apenas a existência de um H6B Town Car brasileiro: Era um automóvel que pertenceu aos colecionadores Alexandre Aliperti de São Paulo e Caffarelli do Rio de Janeiro. Será que aquele belo Hispano Suiza fora totalmente desmanchado para se tornar uma recriação de um clássico? Ou haveria outro Town Car merecendo uma restauração escondido em algum cantinho deste país? Se forem dois carros, aonde foi parar o Hispano Suiza das duas fotos seguintes? E qual seria este outro H6B Town Car? Sabemos que, hoje, há no Brasil 03 carros da marca: O 1911 do Roberto Lee (em uma fazenda da filha dele), um Tipo 30 Alfonso XIII do museu Jorn (ex-Flávio Marx) e um modelo aberto tipo H6 da família do Ângelo Martinelli Bonomi (nunca o vi, mas várias fontes confiáveis tentaram vê-lo ou comprá-lo).  





(a foto acima é do blog Antigos Verde Amarelo)











sexta-feira, 30 de agosto de 2013

Simca Jangada em Caçapava/SP

Um tiozinho andando com sua bicicleta enquanto cruza por uma belíssima Simca Jangada, que na época jamais se imaginaria como um dos clássicos da indústria automotiva nacional. Pouquíssimas foram fabricadas e muito menos sobraram em nosso atual acervo de automóveis antigos. Uma pena. Belíssima perua - talvez a mais bela dentre tantas produzidas no Brasil! 

quinta-feira, 29 de agosto de 2013

Roberto Lee: 1935 Auburn Custom Phaeton 852 número de motor 5325 e chassis 5716

Conforme prometido, mais um automóvel "brasileiro" que hoje está perdido pelo mundo. Desta vez, é mais um automóvel da coleção do Museu Paulista de Antiguidades Mecânicas, fundado por Roberto Lee em 1963, no Município de Caçapava/SP. O Auburn (dados obtidos pelos arquivos do Condephaat: o número de motor é 5325 e o número do chassis é 5716, e a série é 66)  fora exportado em 1989 para os EUA (no mesmo lote da MB 500K, Delage D6 75, Bugatti e Rolls Royce 1952 - desta lista, somente o Rolls Royce já de volta ao Brasil, em uma coleção mineira onde divide o teto com a Isotta Fraschini que pertenceu ao Dr. Otávio Rodrigues de Souza, que constantemente também era vista no Museu de Lee em exposições esporádicas) e comprado pelo colecionador Manny Dragone. Agora ele está na França, onde irá a leilão, conforme este anúncio evidencia. Dentre as histórias deste automóvel, chama-nos atenção uma citação do Lee sobre as calotas dele: Dizia Roberto Lee que fora jantar na casa de amigos no Rio de Janeiro, quando o anfitrião o entrega um presente, o qual fora encontrado em um ferro velho. Na certeza de que seria apenas mais um enfeite para a parede do museu, o presente era exatamente a última calota que faltava para o Auburn ficar 100% completo...



Fica a dica para os abonados de plantão: Um ótimo automóvel que está a um preço acessível visando à importação. Tem história, tem pedigree e foi de Roberto Lee. Sobre ele, ainda há vários automóveis já localizados do colecionador, sendo que a maioria foi localizada no Brasil. Tenho certo receio de postar sobre esses automóveis devido a toda história por trás deles, já que muitos foram vendidos ilegalmente, sem a anuência das herdeiras (não citarei, mas tem um carro que foi vendido e está até hoje no Brasil, pois levaram outro de mesma marca e com valor infinitamente superior no lugar dele) ou simplesmente desapareceram (quer dizer: com números de motor e chassis nenhum automóvel some). Além desses 5 que foram para o Manny Dragone em 1989, o Rolls Royce Phantom I 31MC fora comprado por Abba Koogan e levado com ele para fora do país. Por ora, fiquem com mais um encontrado!









1907 Peugeot 40 hp Labourdette Double Phaeton CHASSIS NO: 9465

Senhores, um dos veículos desde novo no Brasil. Foi parar na Argentina e comprado pelo colecionador brasileiro Abba Kogan, o qual o levou para os EUA há algum tempo atrás. Trata-se deste enorme Peugeot 40HP de 1907, vendido novo para o Brasil e entregue por essas terras em agosto de 1908. Como vemos, há muito mais automóveis raros que foram exportados daqui, desfalcando em muito nosso riquíssimo acervo de automóveis clássicos. Por este exemplar, eu fico imaginando: quantos outros carros vendidos novos por aqui já não foram embora, e hoje estão brilhando em eventos no mundo à fora sem que nós, antigomobilistas e entusiastas brasileiros, sequer façamos noção? Pelos dados aferidos, este 40HP saiu daqui bem íntegro, pois é um "matching numbers" com carroceria, metais e madeiramento quase totalmente originais. Incrível. A história deste 40HP pode ser vista aqui e aqui (inglês). Por fim, eu vos garanto: Há mais automóveis encontrados! Postá-los-ei conforme o passar do tempo - tem carro que vocês ficarão surpresos. Acompanhem!









quarta-feira, 28 de agosto de 2013

Quarta-Feira é dia de Futebol...de FORDINHO!

Os Fordinhos e cia disputavam, em Pindamonhangaba/SP, uma curiosa partida de futebol de automóveis, em meados da década de 1960. Escolha a tua capota favorita e amarre seus pneus!







Sortudo ganha um Mercury em Taubaté

... em 1952! Sim: O prêmio foi um Mercury ano 1951!

Comércio de veículos antigos 1998-2001: Mopar

Alguns carros (e preços!) muito interessantes a serem conferidos abaixo! O Challenger é impressionante, pois creio que é dos poucos desde novo no Brasil! Aonde foi parar? Seria o do Tato Garage?










Roberto Lee: 1940 Fiat 2800 Touring

Uma curiosidade: O acervo do Museu Paulista de Antiguidades Mecânicas nem sempre valorizou o que haveria de ser valorizado. Carros como a Alfa Romeo RL Coloniale Torpedo de 1923 ou o Tucker Torpedo de 1948 jamais foram os pontos altos da coleção, enquanto Roberto Lee vivia. Doravante a Alfa ficava sob a sombra de carros como alguns Packards comuns (exemplo: One-Twenty Cabriolet de 1939, o qual tem valor histórico apenas por transportar a Rainha da Inglaterra), outros faziam companhia ao Tucker em um galpão onde outros automóveis também aguardavam suas restaurações. Mais sorte teve o Tucker, que fora motivo de interesse internacional, abrindo os olhos de Roberto Lee, que o colocara a partir de 1974 em um cantinho do museu, no qual permaneceria por mais de quase 4 décadas. Outros não tiveram tanta sorte, para a lamúria dos arqueólogos da ferrugem: Um Fiat de carroceria especial, feita em apenas 03 unidades, no ano de 1940. Era um modelo 2800 de 6 cilindros em linha, construído com carroceria de alumínio pela Touring Superleggera, de Milão, Itália. Ao decorrer dos anos, o automóvel fora se degradando, até que teve sua carroceria inteira roubada por vândalos bandidos, os quais destruíram também grande parte da estrutura desta peça raríssima.
Ao lado da Fiat, nos depósitos de Roberto Lee, havia uma raríssima peça: Um Delahaye Coupe Des Alpes ano 1935, o qual está jogado em uma fazenda dos Matarazzo Lee desde quando fora retirado do Museu, em 2003 (créditos da foto a João Pedro Gazineu). Para nossa tristeza, duas peças raríssimas sem o devido valor reconhecido naquela época. Creio que a visão de Roberto Lee em ter resgatado essas duas peças foi louvável, mas na valorização internacional tanto Alfa Romeo, Fiat grande e Delahaye ainda não haviam atingindo valores altíssimos - ressalvo que nem mesmo a MB 500K e sua raríssima carroceria Cabriolet "A" Spezial (hoje a peça mais valiosa que já passou no acervo) tinha tanto valor quanto o Hispano Suiza e Rolls Royce Silver Wraith Cabriolet 1952, que hoje sabemos que não são carros tão caros quanto a Alfa RL Cololiane 1923, o Fiat 2800, o Delahaye e o MB 500K. Talvez, quem sabe, em um futuro próximo o Singer não seja um carro mais valioso do que um Packard 120? Só o tempo dirá...


Logo acima vemos um exemplar sobrevivem: Fora leiloado em 1988 pela cifras de 100 mil libras, o que seria equivalente a meio milhão de dólares atuais - na correção monetária, pois este automóvel, dada sua raridade, hodiernamente por menos de 1 milhão de dolares dono nenhum o venderia!



Acima, outro exemplar: Dizem as boas línguas que foi o último automóvel comprado pelo ditador Benito Mussolini - curiosamente, o italiano fora capturado em outro automóvel de carrozzeria Touring, mas naquela vez ele estava em uma Alfa Romeo ano 1939, presente dado por ele à sua amante.